Uma mergulhadora encontrou aviões no fundo do Pacífico, veja o motivo

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Explorando mais

Brandi Mueller Photographer Discovery

Contudo, mesmo enquanto tirava as fotos para registrar o momento, o mistério em volta dos objetos permanecia e estava perturbando Brandi, pois afinal como esses aviões foram para ali? De onde eram? Seriam da Segunda Guerra Mundial, da Guerra da Coréia ou da Guerra do Vietnã? Essas e muitas outras perguntas continuaram passando na cabeça dela, enquanto fotografava e registrava todos os detalhes das aviações. E uma coisa ainda mais estranha, por que tinham dois aviões juntos? Não seria estranho eles terem sido abatidos juntos?

Uma das coisas que também chamou a atenção de Mueller é que os aviões não poderiam ter sido abatidos, uma vez que não tinham restos mortais, dentro deles. Mas o questionamento continuava, se não foram abatidos o que aconteceu? Como então aqueles aviões foram parar ali? Mas deixando um pouco esse questionamento de lado, Brandi aproveitou o restante de oxigênio que havia sobrado para tirar mais fotos e registrar fielmente a descoberta realizada.

Condições duvidosas

Brandi Mueller Photographer Discovery

Apesar do que imaginava, enquanto ela tirava as fotos e se aproximava mais, achando que iria encontrar buracos de balas, cacos ou qualquer outro indício de violação, na verdade foi pega de surpresa com o bom estado de conservação dos aviões, que só possuíam alguns arranhões nos cascos, mas nada demais. Na verdade, poderia até mesmo dizer que os aviões estavam intactos.

“Eles deveriam ter voado mais, vivido mais, mas foram afundados em perfeitas condições”, acabou relatando Brandi ao DailyMail. Esse com certeza também foi o pensamento de quem observou as imagens, pois apesar das condições adversas os aviões mantiveram-se intactos e protegidos. O que deixava a história por trás deles ainda mais emocionante…

Uma linda vida no Oceano

Underwater WW2 Plane Graveyard

Com o tempo em que os objetos passaram debaixo d’água, a vida marinha tomou conta deles, e fez sua morada. Tornando-o uma linda visão a se admirar, em uma das fotos que acabou saindo borrada, Brandi capturou um cardume de peixes perto dos destroços. “O oceano é incrível e resistente. É uma força vital que provavelmente nunca iremos compreender completamente”, disse ela depois. De fato, é impressionante a resistência e força dos oceanos, uma imagem linda de se admirar.

“Ver como isso pode pegar grandes pedaços de metal e dar vida a esse metal é incrível”, continuou Mueller. Deslumbrada com o ecossistema gigantesco formado ao redor do avião descoberto. Mueller continuou a busca, achando que iria encontrar um cemitério de aviões, ou algo mais…

Uma busca perigosa

Brandi Mueller Photographer Discovery

Apesar das imagens bonitas e surreais da vida marinha em volta dos aviões descobertos, o processo de captura dessas imagens não foi nada fácil e tranquilo. O processo exigia um alto nível de concentração e uma gigantesca experiência na área. O que felizmente Brandi tinha de sobra, uma vez que era uma mergulhadora e fotógrafa experiente e capacitada. Ainda assim, nem mesmo ela esperava topar com vários aviões submersos, a imagem disso chocaria até a pessoa mais serena.

Alguns aviões estavam mais enterrados no fundo do mar do que outros, uns inclusive pareciam uma espécie de bicho marinho, mas depois de percorrer a completa extensão dos achados, Mueller não pôde segurar a surpresa com a contagem final de detritos descobertos, simplesmente era algo extraordinário…

Mais de 100 aviões

Underwater WW2 Plane Graveyard

Brandi continuou a sua busca, atrás de evidências que ajudassem os historiadores a saberem de onde eram esses aviões, mas enquanto prosseguia com a busca e as fotos, ela não pôde deixar de se sentir desconfortável, afinal aviões não pertencem ao mar. “Ver aviões debaixo d’água é estranho, aviões não pertencem à água, eles pertencem ao céu, então é estranho mergulhar e encontrá-los. Mas também incrível e especial”, lembrou ela tempos depois. Esse talvez seja o sentimento de todos que encontrassem tantos aviões debaixo d’água.

Ao final da contagem Brandi localizou 150 aviões, apesar de tirar inúmeras fotos da sua descoberta, ela seguia achando que os pesquisadores e historiadores não seriam capazes de identificar de onde eram aqueles objetos, pois ela não havia encontrado nenhum detalhe que pudesse ajudar. Mas o tempo mostrou que Brandi estava errada…

Um lugar de dejetos

Underwater WW2 Plane Graveyard

Quando terminou de tirar as fotos e estava de volta a superfície, Brandi mal podia esperar para mostrar sua descoberta ao mundo. Afinal, se é uma descoberta tem que ser compartilhada, mas enquanto voltava ao porto no barco, ficou pensando se não deveria pesquisar um pouco as imagens, antes de compartilhá-la na Internet. Uma decisão sábia, afinal deveria mesmo mostrar a todos o que havia descoberto?

Brandi continuou com a sensação de que os aviões pertenciam a Segunda Guerra Mundial. Eles simplesmente não se pareciam com os aviões das guerras da Coréia ou do Vietnã. Essa sensação tomou conta dela, e ao pesquisar as imagens descobriu que havia encontrado algo que vários pesquisadores procuraram por décadas!

A informação de que ela precisava

Underwater Plane Graveyard

Ao realizar uma pesquisa sobre os fatos encontrados, Mueller descobriu que a Ilha Marshall tinha sido o depósito de lixo dos militares americanos após a Segunda Guerra Mundial! E que a descoberta que ela havia feito, tinha sido procurada por historiadores por longos anos, mas nunca conseguiriam descobrir a localização exata dos aviões.

Quando mais ela pesquisava, mais fatos novos encontrava. Os aviões pareciam ter feito parte da Operação Rollup, que ocorreu logo após a Segunda Guerra Mundial. E isso explicava o cemitério de aviões, eles foram utilizados e quando perderam a utilidade após a guerra, foram jogados no fundo do mar. Finalmente as respublicaras que ela desejava estavam vindo à tona…

Operação Rollup

Underwater WW2 Plane Graveyard

A pesquisa de Mueller revelou alguns detalhes da operação. A operação Rollup era a maneira militar dos Estados Unidos de “lidar” com veículos como tanques, aviões e jipes que foram trazidos pelo Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial. Ao finalizar a guerra os veículos não eram mais necessários, mas levá-los de volta poderia custar até mesmo mais do que foi investido neles. Então, fazia sentido que tivessem sido descartados. Mas, fazia mesmo?

Devido ao alto custo do transporte de volta dos veículos, depois de finalizada a guerra, a estratégia dos militares foi despejar os aviões debaixo das águas do Pacífico. E por esse motivo que existiam tantos aviões submersos!

Milhões de dólares em desperdício

Underwater WW2 Plane Graveyard

Quem achava que a motivação por trás de tantos aviões submersos era outra, descobriu que o motivo era simples. O local foi chamado de Ponto de Milhão de Dólares, pela quantidade impressionante de lixo que resultou do ato. No entanto, a maioria ainda chama o local de “Cemitério de Aviões”. Seja como for o nome dado ao ato, o motivo por trás de tanto avião debaixo d’água não foi nenhuma tragédia, mas sim o despejo dos objetos pelos militares.

Várias pessoas não gostaram da ideias de milhões de dólares serem desperdiçados assim, inclusive Mueller. Tantas outras destinações poderiam ter dado aos objetos, virado sucata. Serem doados a população das Ilhas Marshall que é um local pobre, ou até mesmo serem expublicaros em museus para visitação do público. Contudo, infelizmente não foi assim que a história aconteceu, e uma parte dela se perdeu embaixo d’água…

Uns 70 anos

Brandi Mueller Photographer Discovery

Depois de quase 70 anos submersos no oceano, a vida marinha se apropriou das embarcações, o que apesar de não serem objetos que deveriam estar ali, se tornaram cheios de vida e vibrantes. Foi bom que Mueller tenha tirado muitas fotos e captado a beleza daquele momento, pois os objetos não permaneceriam ali talvez. A imagem das espécies aquáticas tomando conta do objeto de metal e transformando ele em sua casa é simplesmente uma das coisas mais bonitas.

“Eles estão debaixo d’água há mais de setenta anos e estão começando a se deteriorar, então parece que estou documentando-os à medida que mudam. Eventualmente, não haverá mais nada deles”, disse Mueller. “O oceano é incrível e resistente. É uma força vital que provavelmente nunca iremos entender completamente.” Graças as fotos de Brandi, a descoberta foi identificada rapidamente, e talvez aquela bela imagem não fosse mais a mesma depois de um tempo.